Cântico do amor
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos
Se não tiver amor, sou um bronze que soa ou um címbalo que
retine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia
E conheça todos os mistérios e toda a ciência
Ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas,
Se não tiver amor nada sou.
Ainda que eu distribua meus bens e entregue o meu corpo para
ser queimado,
Se não tiver amor, de nada me aproveita.
O amor é paciente,
O amor é prestável
Não é arrogante nem orgulhoso,
Nada faz de inconveniente,
Não procura seu próprio interesse,
Não se irrita nem guarda ressentimento.
Não se alegra com a injustiça,
Mas rejubila com a verdade.
Se a dor é meu legado Apesar de todo amor Se meus passos não me aproximam Se meu abraço não aquece De que serve um pulsar solitário Se tudo o que quer já perdeu Ou nunca teve O silêncio solitário das palavras Aprisiona o querer dentro do peito Vou rasgar os meus escritos Riscar os meus rascunhos E deixar ir Quem um dia achei “pra sempre” Mas para quem na verdade Fui apenas O futuro e o passado Mas nunca o presente E como presente Deste meu legado Deixar ir Com seu querer solitário.